A diabetes mellitus é uma das patologias que mais preocupa o Sistema Nacional de Saúde devido ao seu efeito em relação às complicações que se enquadram em: doença coronariana, doença cérebrovascular, hipertensão, doença vascular periférica, distúrbios renais, distúrbios oftálmicos e outras complicações que podem causar no indivíduo, comprometendo sua qualidade de vida, podendo levá-lo à morte. O impacto da doença, como problema de saúde pública, decorre não apenas de seu quadro clínico diretamente relacionado à hiperglicemia, mas, principalmente das alterações funcionais que ocorrem em diferentes órgãos e sistemas, resultantes do descontrole metabólico crônico.
Em média, diabéticos têm uma redução na expectativa de vida de 7 anos para homens e de 7,5 anos para mulheres. Essa expectativa pode variar dependendo das complicações associadas ao DM. Praticamente em todos os países, a diabetes é reconhecida como um sério problema de saúde, independentemente de grau de desenvolvimento sócio-econômico da população, e envolve altos custos financeiros em seu tratamento bem como de suas complicações. Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), o número de portadores de DM em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025, representando a 5º causa de morte no mundo.
No Brasil, são cerca de seis milhões de portadores e deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010. Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), baseada no DATASUS, a DM atinge 7,6% da população entre 30 e 69 anos e desse total, 50% desconheciam o diagnóstico. Somando os indivíduos que desconhecem o diagnóstico com aqueles conhecedores da enfermidade, mas que mesmo assim não fazem qualquer tratamento ou, ainda, o fazem, mas sem conseguirem nível adequado de controle glicêmico, teremos mais da metade da população brasileira com DM em risco de desenvolvimento das complicações vasculares, renais, cardíacas, oftalmológicas, neurológicas e infecciosas. Com o passar do tempo, estas complicações irão acarretar grande impacto econômico-social, por fomentarem a demanda por mais consultas, exames, internações e cirurgias com incapacitação laborativa provisória ou permanente, projetando o DM como um problema de saúde pública.
Isso gera um ônus muito grande no que diz respeito à economia. Pois mundialmente, os custos diretos para o atendimento ao diabético, variam de 2,5% a 15% dos gastos nacionais em saúde, dependendo da prevalência local de diabetes e da complexidade do tratamento disponível. Além disso, pode acarretar outros gastos que estão associados à dor, à ansiedade, à inconveniência, à queda de qualidade da vida que afetam os doentes e suas famílias e, até mesmo, por se enquadrar na carga adicional à sociedade, em decorrência da perda de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura.
Referências:
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BRAGA, Juarez R; SANTOS, Ítalo S. O; FLATO, Uri P. et al. Impacto do Diabetes Mellitus na Mortalidade em Síndromes Coronarianas Agudas – revisão - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia. São Paulo, 2007.
HOMOBONO, C.E. A Prática do Exercício Físico no Controle da Diabetes Mellitus do Tipo I. MONOGRAFIA (Graduação em Educação Física) Centro Universitário Plínio Leite, Niterói 2007;
LERÁRIO, Antônio Carlos. Diabetes Melito: Aspectos epidemiológicos. 1998. Revista da Sociedade Cardiologia do Estado de São Paulo, vol 8, nº 5 Set/Out, 1998;
MODENEZE, Denis Marcelo. Qualidade de vida e diabetes: limitações físicas e culturais de um grupo específico. 2004. DISSERTAÇÃO (Mestrado em EDUCAÇÃO FÍSICA) – FEF – UNICAMP, 2004.
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