Gazeta Niteroiense: | ED. ATUAL: Gazeta Niteroiense • Edição 90 Edição de 9 a 14 de novembro de 2013
Apresentação
Este blogger foi criado com o intuito de explicar e orientar você diabético quantos aos cuidados que se deve ter em relação a diabetes mellitus. Lembre-se que a diabetes mellitus é uma doença que merece sua atenção. Ter um bom controle de sua glicemia, praticar exercícios físicos bem como manter uma dieta balanceada, são fatores fundamentais para se viver com qualidade e sem complicações.
A DM do tipo I pode ocorrer em qualquer idade, porém seu diagnóstico é feito geralmente antes dos 20 anos e constitui cerca de 8% a 10% dos casos de DM. No Brasil o número de pacientes com DM do tipo I é de 7,4 para cada 100 mil pessoas por ano em cidades do interior do Estado de São Paulo. Ainda no Brasil, dois estudos publicados avaliaram a incidência de DM do tipo I. Em Londrina, a taxa encontrada foi de 12,7/100.000, enquanto que em quatro cidades do estado de São Paulo, o acometimento da DM do tipo I, em jovens abaixo de 15 anos, foi de 7,6/100.000. As chances de o indivíduo adquirir DM do tipo I mundial varia muito, com os mais baixos índices no Continente Asiático (0,1/100.000), e as mais altas na Finlândia e Sardenha (36,5/100.000). O gráfico a seguir, demonstra a incidência de pessoas com DM do tipo I em diversos países como Finlândia, EUA, Brasil e Japão.
Fonte: Ministério da Saúde (1993)
O gráfico apresenta índices de diabetes mellitus do tipo I em alguns países, colocando a Finlândia em primeiro lugar com 30 mil habitantes acometidos pela DM do tipo I, o Brasil em décimo lugar com 7,6 mil e o Japão em décimo terceiro lugar com 0,8 mil pessoas.
Neste tipo de DM ocorre uma dependência de insulina para que o indivíduo possa sobreviver, já que as células betas situadas nas Ilhotas de Langerhans são progressivamente destruídas num processo auto-imune. A diabetes do tipo I é associada ao risco cardiovascular e aumenta de quatro a oito vezes a mortalidade em seus portadores quando comparados a indivíduos não diabéticos de mesma idade. A DM do tipo I faz relação direta a complicações crônicas micro e macrovasculares, as quais comprometem estruturas de órgãos como rins, olhos, nervos, vasos e coração.
Tem sido evidenciado que pacientes com diabetes do tipo I, possuem artérias mais rígidas do que indivíduos não-diabéticos da mesma faixa etária, e que este processo de enrijecimento arterial, inicia-se antes que qualquer sinal das complicações microvasculares ou macrovasculares possa ser detectado. Este aumento da rigidez arterial encontrado em pacientes com diabetes tipo I parece ser correlacionado com a duração da doença, independentemente da idade, e tem repercussões sobre o comportamento da pressão arterial desses pacientes. O risco de doenças cérebovasculares (DCV) em pacientes com DM do tipo I é particularmente elevado na presença de nefropatia diabética (ND). A ND tem sido didaticamente caracterizada em estágios de acordo com os valores de excreção urinária de albumina em microalbuminúria e macroalbuminúria.
A DM é a causa mais importante de doença renal terminal em países industrializados. Recentemente, o UKPDS (United Kingdom Prospective Diabetes Study) mostrou que há um aumento progressivo da mortalidade de pacientes diabéticos à medida que aumenta o grau de comprometimento renal, podendo chegar a uma taxa de mortalidade de 19% ao ano nos pacientes com insuficiência renal. Em alguns países como a Finlândia, a nefropatia diabética em portadores de DM tipo I responde por dois terços dos pacientes com doença renal terminal, e, um terço dos portadores de DM tipo I podem desenvolver microalbuminúria, e cerca de 15% a 20% desenvolvem macroalbuminúria em 20 anos do diagnóstico do DM. Já em relação às complicações visuais, a retinopatia diabética (uma das causas mais freqüentes da cegueira) os capilares da retina apresentam alterações estruturais, que provocam hemorragias que cicatrizam inativando a fotorrecepção da área onde ocorreram, deslocando regiões vizinhas normais da retina. Assim, seguindo o tratamento da DM, é possível prevenir ou retardar essas complicações que alteram as estruturas para o bom funcionamento orgânico.
Referências:
CHACRA, A. R. Aumento da incidência de diabetes mellitus tipo I em crianças menores de 5 anos de idade. Revista da Associação Médica Brasileira. vol. 47, nº 01, 2001;
DE ANGELIS, Kátia; PUREZA, Demilto Y; LUCINAR, J. F. Flores; et al. Efeitos Fisiológicos do Treinamento Físico em Pacientes Portadores de Diabetes Tipo 1 – revisão - Arq Bras Endocrinol Metab vol 50, nº 6, São Paulo, Dezembro, 2001;
DE ANGELIS. Kátia; DA PUREZA. Demilton, et al Exercício Físico e Diabetes Mellitus do Tipo 1 – Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. 2005; 6 Supl A: 7-20;
GROSS, J. L; NEHME, M. Detecção e tratamento das complicações crônicas do diabetes mellitus: Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes e Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Ver. da Assoc. Méd. Bras, vol 14, n 3, p. 1-11 1999;
SAMPAIO, Emerson; ALMEIDA, Henriqueta G. G; DELFINO, Vinícius D. A. Nefropatia e Retinopatia em Diabéticos do Tipo 1 de um Programa de Atendimento Multidisciplinar Universitário – artigo original - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia. 51/3 Londrina, 2007;
SILVEIRA, Vera Maria Freitas; MENEZES, Ana Maria Baptista et al. Uma Amostra de Pacientes com Diabetes Tipo I no Sul do Brasil – artigo original -- Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia ; vol 45 nº 5. Rio Grande do Sul. Outubro, 2001;
A diabetes consiste em subgrupos de distúrbios que apresentam fisiopatologias diferentes, prevalecendo os subgrupos tipo I e tipo II. A diabetes mellitus do tipo II ocorre devido à resistência das células à insulina, e aparece normalmente em indivíduos de meia-idade, sedentários, com excesso de peso e que apresentam uma história de doença na família. A fisiopatologia do tipo I, é caracterizada pela total destruição das células beta pancreáticas produtoras de insulina, acarretando total deficiência em sua produção, e se manifesta normalmente na infância, mas que também pode emergir em qualquer idade.
Entretanto, existem outros tipos de subgrupos que se associam à DM, e que, segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes 2006), estão compreendidos em: diabetes gestacional, diabetes secundário ao aumento de função das glândulas endócrinas, diabetes secundário a doenças pancreáticas, diabetes secundário a poliendocrinopatias auto-imunes, diabetes associada à desnutrição, diabetes relacionadas à anormalidade da insulina e diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults).
Referências:
BOUZAA, E. Tizón; ROBLESA, M. N.; GARCÍAA, Fernández, C. Atención de enfermería en la prevención y cuidados del pie diabético - aComplejo Hospitalario Arquitecto Marcide-Profesor Novoa Santos. Chile, 2004;
CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA. Diabetes Mellitus – Ministério da Saúde. Vol 16. Distrito Federal – Brasília, 2006;
CHACRA, A. R. Aumento da incidência de diabetes mellitus tipo I em crianças menores de 5 anos de idade. Revista da Associação Médica Brasileira. vol. 47, nº 01, 2001;
GUYTON, Arthur C; HALL, John. Tratado de Fisiologia Médica Guyton. 10º edição, ed Guanabara Koogan S/A, Rio de Janeiro, 2002;
McARDLE William D; KATCH, Frank I; KATCH, Victor L. Fundamentos de Fisiologia do Exercício. ed. Guanabara Koogan, 2002.
A diabetes mellitus é definida como uma doença crônica que compromete o metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras, caracterizada pela elevação dos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia) e pela excessiva excreção de açúcar na urina (glicosúria). Uma outra definição para DM, é que seria um distúrbio metabólico dos carboidratos devido à elevação do açúcar no sangue e na urina. Alguns autores reiteram que, a diabetes mellitus é uma síndrome do comprometimento do metabolismo devido à ineficiência do pâncreas em produzir insulina e pela sensibilidade reduzida das células à insulina.
A elevada taxa de glicose, comum na DM, pode levar a desidratação das células teciduais, o que pode resultar em aumento relativo da taxa de leucócitos. Isso ocorre em parte porque a pressão osmótica aumentada nos líquidos intracelulares causa a transferência da água para fora das células. E além do efeito direto da desidratação celular, a perda de glicose na urina causa diurese. O efeito global é a grande perda de líquido na urina. Isso então aumenta relativamente o número das células sangüíneas, o que poderia induzir uma leucocitose fisiológica.
O quadro 1 abaixo apresenta os valores de glicemia que o SUS (Sistema Único de Saúde) considera para o diagnóstico da diabetes mellitus.
A resistência das células à ação da insulina é uma anormalidade primária e precoce no surgimento da doença, sendo esta, caracterizada pela diminuição da habilidade da insulina para a utilização da glicose pelo músculo e tecido adiposo, prejudicando a lipólise induzida por este hormônio. Essa resistência à insulina pode ser resultado de uma condição genética ou adquirida, caso em que ocorre menor utilização da glicose pelos tecidos em resposta ao estímulo, resultando assim numa elevação compensatória de secreção das células pancreáticas, levando a uma produção maior de insulina (hiperinsulinemia). Na maioria dos casos, devido ao acréscimo da produção de insulina pelo pâncreas, essas células beta pancreáticas perdem ou diminuem sua capacidade de produção, levando o indivíduo ao estado hipoinsulínico.
Os distúrbios do metabolismo da glicose podem causar complicações que envolvem doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca, e 75% dos pacientes diabéticos morrem por algum evento cardiovascular, dentre elas, a miocardiopatia diabética. A miocardiopatia diabética é vista atualmente como resultado de complexas relações entre anormalidades metabólicas que acompanham a diabetes, levando à alteração da estrutura e função miocárdica.
Em ambos os tipos de diabetes, tipo I e tipo II, a principal alteração da função das grandes artérias é o aumento da rigidez, enquanto que a principal alteração estrutural é o maior espessamento da camada íntima-média da artéria carótida. Os mecanismos destas alterações estruturais e funcionais arteriais na diabetes incluem a resistência à insulina, o acúmulo de colágeno devido à glicação enzimática inadequada, disfunção endotelial e do sistema nervoso autônomo. O panorama esquemático abaixo nos mostram as alterações morfológicas que são observadas nos diabetes tipo I e II, e ressaltam que, em indivíduos com um bom controle glicêmico, essas complicações podem ser prevenidas ou retardadas conforme a ilustração da figura 1.
Complicações a longo prazo da diabetes.
Figura 1: Panorama esquemático das alterações morfológicas da DM do tipo I e tipo II
Fonte: Crawford e Cotran (2000)A figura 1 ilustra algumas alterações estruturais da DM em diversos segmentos do corpo quando não controlada, e que contribuem para o surgimento de neuropatias, microangiopatias, aterosclerose, nefropatias, dentre outras.
Os pacientes portadores de diabetes mellitus apresentam alterações estruturais e funcionais de grandes vasos que muito provavelmente têm um papel fundamental no desenvolvimento de aterosclerose e suas respectivas complicações cardiovasculares. Detectar precocemente essas alterações, utilizando métodos não-invasivos, permite identificar os pacientes de maior risco que se beneficiarão de um tratamento mais agressivo. Além disso, abre-se uma perspectiva nova de abordagem terapêutica dos pacientes diabéticos, com a adoção de medidas não-farmacológicas ou farmacológicas que interfiram nessas modificações vasculares e conseqüentemente ajudem a diminuir a mortalidade desses pacientes. Entretanto, é preciso ater para qual tipo de DM o paciente é acometido, para que haja uma melhor forma de tratamento para o controle glicêmico deste indivíduo.
Referências:
BARTOLLOTO, Luiz Aparecido. Alterações das Propriedades Funcionais e Estruturais de Grandes Artérias no Diabetes Mellitus – revisão - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia. São Paulo, 2007;
CRAWFORD, J.; COTRAN, R.S. Pâncreas Exócrino. In: Cotran RS, Kumar V, Collins T. Patologia Estrutural e Funcional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000;
GUYTON, Arthur C; HALL, John. Tratado de Fisiologia Médica Guyton. 10º edição, ed Guanabara Koogan S/A, Rio de Janeiro, 2002;
MODENEZE, Denis Marcelo. Qualidade de vida e diabetes: limitações físicas e culturais de um grupo específico. 2004. DISSERTAÇÃO (Mestrado em EDUCAÇÃO FÍSICA) – FEF – UNICAMP, 2004;
OKOSHI, Katashi; GUIMARÃES, Julliano F. Campos et al. Miocardiopatia Diabética – revisão - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia. Botucatu, 2007; 51/2;
OLIVEIRA, Camila A. M; ROGATTO, Gustavo Puggina; LUCIANO, Eliete. Efeitos do treinamento físico de alta intensidade sobre os leucócitos de ratos diabéticos – artigo original – Universidade Estadual Paulista – Unesp, SP. 2002;
VANCINE, Rodrigo Luiz; LIRA, Cláudio André Barbosa. Aspectos Gerais da Diabetes Mellitus e Exercício – Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício – Universidade Federal de São Paulo, 2004;
WILMORE, Jack H. COSTILL, David L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. ed. Manole 2º ed. Barueri, 2003.
A diabetes mellitus é uma das patologias que mais preocupa o Sistema Nacional de Saúde devido ao seu efeito em relação às complicações que se enquadram em: doença coronariana, doença cérebrovascular, hipertensão, doença vascular periférica, distúrbios renais, distúrbios oftálmicos e outras complicações que podem causar no indivíduo, comprometendo sua qualidade de vida, podendo levá-lo à morte. O impacto da doença, como problema de saúde pública, decorre não apenas de seu quadro clínico diretamente relacionado à hiperglicemia, mas, principalmente das alterações funcionais que ocorrem em diferentes órgãos e sistemas, resultantes do descontrole metabólico crônico.
Em média, diabéticos têm uma redução na expectativa de vida de 7 anos para homens e de 7,5 anos para mulheres. Essa expectativa pode variar dependendo das complicações associadas ao DM. Praticamente em todos os países, a diabetes é reconhecida como um sério problema de saúde, independentemente de grau de desenvolvimento sócio-econômico da população, e envolve altos custos financeiros em seu tratamento bem como de suas complicações. Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), o número de portadores de DM em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025, representando a 5º causa de morte no mundo.
No Brasil, são cerca de seis milhões de portadores e deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010. Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), baseada no DATASUS, a DM atinge 7,6% da população entre 30 e 69 anos e desse total, 50% desconheciam o diagnóstico. Somando os indivíduos que desconhecem o diagnóstico com aqueles conhecedores da enfermidade, mas que mesmo assim não fazem qualquer tratamento ou, ainda, o fazem, mas sem conseguirem nível adequado de controle glicêmico, teremos mais da metade da população brasileira com DM em risco de desenvolvimento das complicações vasculares, renais, cardíacas, oftalmológicas, neurológicas e infecciosas. Com o passar do tempo, estas complicações irão acarretar grande impacto econômico-social, por fomentarem a demanda por mais consultas, exames, internações e cirurgias com incapacitação laborativa provisória ou permanente, projetando o DM como um problema de saúde pública.
Isso gera um ônus muito grande no que diz respeito à economia. Pois mundialmente, os custos diretos para o atendimento ao diabético, variam de 2,5% a 15% dos gastos nacionais em saúde, dependendo da prevalência local de diabetes e da complexidade do tratamento disponível. Além disso, pode acarretar outros gastos que estão associados à dor, à ansiedade, à inconveniência, à queda de qualidade da vida que afetam os doentes e suas famílias e, até mesmo, por se enquadrar na carga adicional à sociedade, em decorrência da perda de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura.
Referências:
BELFORT, Renata; OLIVEIRA, José Egídio Paulo. Mortalidade por Diabetes Mellitus e Outras Causas no Município do Rio de Janeiro –Diferenças por Sexo e Idade – artigo original - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia ; vol 45 nº 5. Rio de Janeiro, RJ outubro 2001.
BRAGA, Juarez R; SANTOS, Ítalo S. O; FLATO, Uri P. et al. Impacto do Diabetes Mellitus na Mortalidade em Síndromes Coronarianas Agudas – revisão - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabologia. São Paulo, 2007.
HOMOBONO, C.E. A Prática do Exercício Físico no Controle da Diabetes Mellitus do Tipo I. MONOGRAFIA (Graduação em Educação Física) Centro Universitário Plínio Leite, Niterói 2007;
LERÁRIO, Antônio Carlos. Diabetes Melito: Aspectos epidemiológicos. 1998. Revista da Sociedade Cardiologia do Estado de São Paulo, vol 8, nº 5 Set/Out, 1998;
MODENEZE, Denis Marcelo. Qualidade de vida e diabetes: limitações físicas e culturais de um grupo específico. 2004. DISSERTAÇÃO (Mestrado em EDUCAÇÃO FÍSICA) – FEF – UNICAMP, 2004.
MORGAN, C.L.; CURRIE, C.J.; PETERS J.R. Relationship Between Diabetes and Mortality. Diabetes Care, vol.23, nº 08, 2000;
Tendo em vista as diversas informações sobre a diabetes mellitus, fica a dúvida sobre a origem dessa doença e quando surgiu os primeiros relatos da DM. Pensando nisso, este texto tem por objetivo transpor a história da DM desde o início, para fins de informação quanto sua etiologia.
Os primeiros relatos da diabetes mellitus datam da era egípcia. Há relatos entre os hebreus com suspeita da diabetes gestacional. Desde a circuncisão de Abraão, aos 99 anos, muitas práticas endócrinas foram descritas. Somente cerca de 2000 mil anos depois, por volta de 70 d.C, um médico chamado Areteu da Capadócia, na Grécia, conseguiu descrever a diabetes. Areteu observou que aquele silencioso problema desenvolvia quatro complicações: muita fome (polifagia), muita sede (polidipsia), muita urina (poliúria) e fraqueza (poliastenia). Ele observou também que, quase sempre, as pessoas com esses sintomas entravam em coma antes da morte. Era algo “grave e misterioso”. Afinal, mesmo com a fartura de alimentos que entravam pela boca, a falta de energia corporal permanecia.
Desde Areteu, num período de 1600 anos, a medicina não evoluiu no estudo sobre a diabetes. Só em 1670 é que o médico inglês de nome Thomas Willis descobriu provando a urina de indivíduos que apresentavam os mesmos sintomas, e que esta urina era "muitíssimo doce". Em 1815 o Dr. M. Chevreul demonstrou que o açúcar dos diabéticos era glicose. Por esta razão, os médicos passaram a provar a urina das pessoas sob suspeita de diabetes. Desde essa altura a doença passou a chamar-se "diabetes açucarada" ou "Diabetes Mellitus". A palavra "Mellitus" é latina e quer dizer "mel ou adocicado" (OLIVEIRA, 2007).
Posteriormente, em 1889, dois cientistas alemães, Von Mering e Minkowski, descobriram que o pâncreas produz uma substância, ou hormônio, capaz de controlar o açúcar no sangue e evitar os sintomas da diabetes. No entanto, ainda não se tinha o conceito de hormônio ou secreção interna. Em 1849, Arnold Adolph Berthold no período de (1803-1861), fisiologista em Goettingen, por meio de experiências realizadas em galos, demonstrou a existência de vazamento de “alguma substância interna”. Mas foi Claude Bernard, em 1949, que usou pela primeira vez o termo “secreção interna”. A denominação endocrinologia entrou em uso no século XX, derivada de endon (interno) e krino (separar), ambos do grego clássico.
O termo hormônio foi utilizado pela primeira vez pelo Prof. Ernest H. Starling. Desde então já havia relatos de que o mau funcionamento do pâncreas seria o responsável pela diabetes.
Para saber mais informações sobre a história da DM, consulte nossa referência bibliográfica sobre a História da Diabetes Mellitus: Primeiros Relatos, de Rogério F. Oliveira em www.diabetes.org.br .
Referências:
OLIVEIRA, Rogério F. História da Diabetes Mellitus: Primeiros Relatos. Fonte: site: www.diabetes.org.br, biblioteca do IED acessado dia 22/10/2007 às 17:35h.
Assinar:
Postagens (Atom)